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Foto do escritorLeonardo Born

Matrix: será que vivemos em uma simulação?

Atualizado: 21 de jun. de 2023


Mulher com óculos virtual com a mão estendida manipulando dados binários no ar em um fundo azul.

Seria a realidade uma mera ilusão? O que experimentamos, como os sentidos de tato, olfato, visão, audição e paladar são a expressão da realidade à nossa volta?


Ou existe muito mais além dos cinco sentidos, que o ser humano não pode alcançar? Viveríamos dentro de uma matrix?


Para saber mais sobre o assunto, continue a ler este artigo.


Como definir o que é real?


Eu sou Leonardo Born, escritor de ficção, mistério, adepto da teoria da conspiração e hoje estou aqui para desafiar você. Tem certeza de que a sua vida não passa de uma mera simulação dentro de uma enorme matrix?


Existe um pequeno conto chinês que diz o seguinte:


O mestre Zhuangzi, depois de uma longa caminhada em um dia ensolarado, cansado, caiu em sono profundo ao deitar embaixo de uma amoreira. Logo sonhou que era uma borboleta e que voava pelos campos que tinha acabado de percorrer.


Ao acordar de repente, disse a si mesmo: “Estou diante do problema filosófico mais complicado da minha vida. Quem sou eu? Sou um homem que sonhou que era uma borboleta? Ou sou uma borboleta sonhando que se transformou em um homem?”


Esse pequeno relato chinês foi uma das inspirações para o filme Matrix, o maior expoente da cultura pop, como também deu início a contraditória “hipótese da simulação”.


Matrix e suas vertentes espirituais


Pare por uns segundos e pense bem. Tem total certeza do que está vivendo neste exato momento é real? Se acha isso, como pode ter certeza?


Não poderia ser um sonho? Isso é algo que experienciamos, por exemplo, quando vivemos algo maravilhoso ou horrível. Ou até quando realizamos o simples ato de ler uma notícia do dia.


Já se olhou no espelho e perguntou quem realmente é você? O que faz aqui? Por tudo ao nosso redor existe? Tá bom, chega, vou parar de filosofar, senão vamos ficar loucos. Vamos às explicações.


Essas são questões que nos cercam a milhares de anos, desde que nos tornamos seres conscientes, capazes de nos questionar e saber o que somos. Muitas civilizações antigas já levantaram a hipótese de o mundo material no qual vivemos, ser somente uma ilusão.


Platão, por exemplo, pensador e filósofo da antiga Grécia, dizia que, por trás da nossa realidade material, existe uma realidade abstrata, mais perfeita, o “mundo das ideias”. Algo que ele retrata muito bem por meio do Mito da Caverna.


O Budismo é outro exemplo. Diz que tudo o que vivenciamos não passa de um sonho, do qual temos de acordar para uma realidade verdadeira, o nirvana.


Outra cultura que leva isso muito a sério é o Hinduísmo. Para eles, o mundo da matéria é denominado como maya, que pode ser traduzido como ilusão.


Ok, tudo bem. Tudo isso, admito, é pelo prisma da espiritualidade. E você deve estar se perguntando: qual a visão da ciência em relação ao assunto?


Isso é algo que a ciência, em principal a física, começou a se perguntar recentemente.


A explicação da ciência

Imagem de dados binários de zero  e um em tons de azul claro e roial se estendendo pelo horizonte

Pela primeira vez na história, passamos a considerar com seriedade do ponto de vista da ciência, se existe alguma possibilidade de o que nós experimentamos, se trata apenas de uma simulação muito bem elaborada de um universo criado em um computador de poder incalculável.


E como saber? A primeira resposta é que é impossível saber.


Existe 50% de chance de vivermos em uma simulação. E como se pode afirmar isso? Simples. Porque não temos hoje meios de provar que não vivemos em uma.


O astrônomo David Kipping, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, afirma essa hipótese, com base em estudos a partir de um artigo publicado em 2003 pelo filósofo Nick Bostrom, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.


Bostrom acredita que o mundo pode ser explicado em uma entre três possibilidades distintas:

  1. As civilizações geralmente se extinguem antes de terem a capacidade de criar simulações da realidade.

  2. Em geral, civilizações avançadas não têm interesse em criar simulações da realidade.

  3. É quase certo que estamos vivendo dentro de uma simulação de computador.

Para Kipping, as duas primeiras, seriam na verdade uma única opção, já que elas afirmam que não estaríamos vivendo dentro de uma simulação. O que reforça as chances de 50% da terceira opção: estarmos vivendo em uma realidade simulada.


Elon Musk diz que podemos viver em uma matrix


O próprio Elon Musk, diretor executivo da SpaceX, da Tesla e também dono do Twitter, diz que a humanidade "vive em uma simulação" e que "nós realmente não existimos".


Conforme seu argumento, há 40 anos criamos o jogo Pong. Um jogo de videogame com dois retângulos e um ponto.


Os jogos eram assim naquela época. No ritmo de evolução da tecnologia, que inova a cada dia, Musk diz que os videogames logo serão "indistinguíveis da realidade" e que chegará um momento em que "os humanos serão capazes de criar suas próprias realidades no futuro". Algo que já não está longe com a criação do Metaverso.


Sendo assim, o empresário levantou a hipótese de que a humanidade já possa estar vivendo em um videogame, uma realidade simulada, e que cada ser humano seja um personagem, um avatar, “reproduzido em qualquer decodificador ou computador extremamente avançado de uma civilização de bilhões de anos”. Já imaginou isso?


Criar um universo virtual com tantos detalhes como os que existem no nosso, parece uma tarefa realmente improvável. Mas será que é impossível? Esse é um ponto que abordo no meu próximo livro de ficção científica que estou prestes a lançar: Protocolo Tesla. A história está ligada a um jogo, uma realidade virtual chamada “Nova Vida”.


Para os defensores mais ferrenhos da ideia de vivermos em uma simulação, tudo o que vivenciamos não passa de códigos de computador feitos por um ser de inteligência superior.


A hipótese da simulação

Mãos de um hacker digitando um teclado enquanto na tela do computador dados piscam em verde, sob o fundo escuro do lugar.

De acordo com a hipótese da simulação, viveríamos e seríamos parte desse código, sem ter nenhuma consciência do “nível acima” de nós. Ou seja, a "verdadeira" realidade, como na trilogia Matrix.


Um bom exemplo de comparação seriam os peixes. Vivem dentro da água, mas não tem noção de que estão dentro dela. Para eles, a água, seja o oceano ou até um rio, é tudo que existe, pois não conseguem ver além, o lado de fora.


Quando isso acontece, seria como se tivessem uma expansão de consciência. Um tipo de iluminação por terem tido contato com o mundo da superfície. O mesmo pode ser aplicado a nós seres humanos.


Vivemos dentro deste universo 3D, do qual mal sabemos qual é o limite, uma vez que hoje temos noção apenas de 1% do Universo, que é o que os cientistas chamam de universo observável.


Mas a hipótese da simulação é amplamente rejeitada pela maioria dos cientistas, pois como não há provas, não pode ser considerada ciência.


Mas já existem algumas pistas que apontam pelo caminho científico. Uma delas é a teoria da gravidade em “loop”. Ou em inglês, loop quantum gravity.


A teoria da gravidade em loop

A teoria apresenta um modelo quântico para a força gravitacional. Essa teoria quântica descreve com sucesso as outras três forças, além da gravidade, a quarta força fundamental da natureza, de acordo com a Teoria da Relatividade Geral, criada por Einstein em 1917.


De acordo com a teoria, essas três forças: a eletromagnética, a nuclear fraca e a nuclear forte, por meio do modelo padrão de partículas, unificadas a gravidade, se chegaria a Constante de Planck, que em uma linguagem leiga, seria o menor espaço que existe. Uma das maluquices da mecânica quântica.


Assim estaríamos no nível subatômico, além das partículas. E então chegaríamos no fim de tudo, encontrando o material que compõe o tecido do espaço-tempo.


Fazendo uma comparação grosseira, seria como se chegássemos a um pixel,a menor unidade de uma imagem computadorizada.


Só para ter uma ideia, o volume de Planck, em metros cúbicos, é de aproximadamente 4,224x10-105. Inimaginavelmente pequeno, indetectável, mas matematicamente possível.


Agora imagine que esse mínimo que parece indivisível, possa conter múltiplas constantes de planck. Isso seria um loop infinito. Daí o nome da teoria. O que levanta e dá certo crédito a hipótese de vivermos em uma simulação.


Além dessa existem muitas outras teorias sendo estudadas por diversos físicos mundo afora. Até Neil deGrasse Tyson afirma que as chances de que o Universo seja apenas uma simulação podem ser bastante altas.


Talvez seja possível simular um Universo por meio de um supercomputador, principalmente se a física evoluir ao ponto de conhecer todo o funcionamento e leis que nos regem. Parece improvável, mas não podemos dizer que é impossível.


Muitas descobertas na ciência surgem de perguntas infantis.


Fazer ciência é manter de certa forma, o espírito aventureiro, de curiosidade. É ter a sensação de enxergar tudo como uma grande novidade. Assim fica mais fácil enxergar o inusitado onde parece existir apenas o óbvio.


E vai saber se esse óbvio não é apenas um sonho. Talvez uma ilusão de que o que vivemos é a realidade. Uma realidade criada a partir de algo muito maior. Será?


Se gosta desse tipo de assunto, dê uma olhada no meu livro de contos Realidades Artificiais, disponível na Amazon e aqui pelo site.




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