Seria possível utilizar o nosso próprio planeta como fonte de energia? E se formos mais além? Será que existe a possibilidade de utilizar o Sol como fonte de energia e avanço tecnológico? E que tal uma galáxia inteira?
É disso que trata a Escala Kadashev. Eu sou Leonardo Born escritor de ficção, mistério, adepto da teoria da conspiração, e hoje vou te levar para um passeio pelo universo para quem sabe, encontrarmos a civilização mais avançada do cosmos.
O que é a Escala Kadashev
Você sabia que a Escala de Kardashev foi criada para funcionar como um sistema de avaliação de civilizações extraterrestres hipotéticas?
Ela as dividem em diferentes categorias com base na energia que essas civilizações podem produzir, controlar e utilizar. A primeira versão apresentava somente três tipos de categorias, mas hoje já existem outras, que extrapolam e muito, a imaginação do melhor escritor de ficção científica.
A Escala de Karadshev foi criada em 1964 pelo astrônomo soviético Nikolai Kardashev. Por isso o nome. Kardashev propôs, que o nível de uma civilização pode ser medido de acordo com a quantidade de energia que pode gerar e seu avanço no campo tecnológico.
Portanto, quanto mais energia produzir, mais tecnologicamente avançada a sociedade poderia ser. Isso quer dizer que, a escala propõe que a relação entre a tecnologia e a energia, são responsáveis pelo desenvolvimento de uma civilização extraterrestre.
Mas o que diz a Escala de Kardashev em relação a civilizações extraterrestres?
Publicada em 1964, Kardashev a formulou considerando tanto a relação entre a energia e a tecnologia para uma civilização, quanto às consequências ligadas a isso.
Para ele, qualquer sociedade poderia avançar até onde sua tecnologia e uso de energia permitissem. Vamos falar dos 3 níveis iniciais, que por si só, já são algo realmente espantoso.
Tipo I
Seria aquele onde uma civilização é capaz de aproveitar toda a energia de seu planeta. E isso estaria já um pouco à frente de nossa civilização atualmente.
Se formos levar em conta o Tipo 0, onde uma civilização não aproveita nada da energia de seu próprio planeta, hoje estamos em 0,73 na escala. Ou seja, ainda faltam 0,27 para que cheguemos a uma civilização de Tipo 1.
O que quer dizer que hoje, ainda não aproveitamos toda a energia do planeta Terra.
Agora imagine: se mesmo sem utilizar ainda toda a energia do planeta, já chegamos a um nível de nos preocupar em esgotar os recursos da Terra, imagina quando chegarmos? Mas talvez não seja bem assim.
Calma, vamos voltar a este ponto.
Tipo 2
Falemos agora da civilização de Tipo 2, aquela capaz de usar toda a energia de sua estrela. Sim, isso aí. Imagine uma civilização extraterrestre usando seu Sol como fonte de energia. Com isso, essa civilização conseguiria gerar energia para todo seu sistema solar. Como isso seria possível?
Já ouviu falar na Esfera de Dyson? Esse foi um conceito proposto em 1960 pelo físico e matemático Freeman Dyson. Seria uma estrutura construída em volta da estrela, que coletaria sua energia. Algo até o presente momento, impossível de fazer com os recursos dos quais dispomos.
Chegamos então às civilizações de Tipo 3.
Tipo 3
Civilizações de Tipo 3, são aquelas capazes de aproveitar toda a energia de sua própria galáxia. Doidera não? Isso seria cerca de 10 bilhões de vezes acima do que uma civilização do Tipo 2 conseguiria produzir.
Uma civilização assim, poderia colonizar toda sua galáxia, tirando energia de centenas de bilhões de estrelas e com isso poderia ter a energia de centenas de bilhões de estrelas e ainda ocupar outros planetas.
Me lembrou até o personagem fictício Galactus da Marvel, que é uma entidade gigantesca que viaja pelo cosmos, devorando planetas para se manter vivo. É interessante perceber que, quanto mais avançada uma civilização está na escala, mais complexos fica sua tecnologia.
Um exemplo disso é a utilização das Esferas de Dyson para uma do tipo 2. Sem contar que essa mesma tecnologia, mais aprimorada, poderia até extrair energia de buracos negros. Imaginou?
A detecção de civilizações extraterrestres
Outra coisa interessante, é que a Escala de Kardashev é focada nas maneiras da humanidade detectar possíveis civilizações extraterrestres.
Não exatamente pelo seu avanço tecnológico, o que não teria como ser observado por nós, mas sim pela quantidade de energia que essa civilização utilizaria. Isso deixaria uma espécie de rastro no espaço, que seria possível ser detectado.
Algo do tipo como uma assinatura de calor, emitida por corpos, como faz a visão de calor infravermelha, hoje utilizada pelas forças militares em nosso planeta.
Segundo o físico teórico Michio Kaku, faltam “apenas” de um a dois séculos para nós chegarmos a uma civilização Tipo I. Pouquinho se pensarmos na idade da Terra com seus 4,5 bilhões de anos e no surgimento da primeira civilização humana há 50.000 anos na Austrália.
Outros tipos de civilizações
Os outros níveis propostos na escala, incluem também sociedades ainda mais avançadas que aquelas que descrevemos acima.
Uma do Tipo 4, por exemplo, seria uma civilização intergaláctica capaz de viajar espaço afora, podendo controlar a energia de um bilhão de estrelas e até usar a energia de todo universo. Imagine então uma civilização que conseguiria usar a energia de universos múltiplos! Esta seria uma sociedade do Tipo 5.
Tão avançada que já teria ido além do universo no qual se originou. Seria capaz de migrar entre multiversos com formas variadas de matéria e espaço-tempo. Seria o lar de seres com habilidades inimagináveis para nós humanos.
E com recursos tão avançados que seriam incompreensíveis para nós.
O legado de Nikolai Kardashev
Nikolai S. Kardashev nasceu em 1932 e foi um astrofísico. Ele se graduou no Departamento de astronomia na Faculdade de Mecânica e Matemática na Universidade Estatal de Moscou em 1955, e produziu sua tese de PhD no Sternberg Astronomical Institute (SAI), sob orientação do astrônomo e astrofísico Josif Shklovsky na era do pós-guerra, famoso autor do primeiro tratado geral sobre como procurar seres tecnologicamente capazes no universo.
Mesmo criada há mais de 50 anos, a teoria de Kardashev ainda tem uma grande relevância para a busca por vida extraterrestre. Além disso, há estudiosos que consideram a escala uma espécie de “guia” sobre o que esperar ao longo das buscas por seres extraterrestres. E não somente uma hipótese sobre a natureza de possíveis formas de vida que, talvez, encontremos algum dia.
Ser uma civilização de Tipo 1 poderia levar a extinção?
Mas voltando aquele ponto que prometi retornar, como eu disse, para nos tornarmos uma civilização do Tipo 1, teríamos que usar toda a energia de nosso próprio planeta, isso levanta uma ótima questão. Muitos acreditam que até hoje, não exista nenhuma civilização que tenha passado, ou até mesmo chegado na plenitude do nível 1.
Isso se deve ao fato de pelo menos até onde conseguimos observar no universo, não tenhamos encontrado vestígios ou rastros de uma civilização assim. E a explicação mais lógica para isso, é que qualquer civilização até o momento que tenha tentado utilizar a energia do próprio planeta em sua totalidade, talvez tenha falhado miseravelmente.
Ou seja, acabam por esgotar os recursos do planeta ou invés de criar uma tecnologia capaz de manter tal energia em uso. E isso acaba por levar essa civilização à extinção.
Será que estamos fadados a esse mesmo fim? Será que existem civilizações que já ultrapassaram essa barreira e são tão avançadas que não conseguimos nem ao menos ter noção de sua existência?
Há uma teoria que diz que Civilizações do Tipo 2 , que já dominam a energia de sua própria estrela, estariam tão avançadas tecnologicamente, que teriam a capacidade de criar algo chamado Cérebro de Matrioska, uma espécie de computador desenvolvido a partir da Esfera de Dyson, que teria uma capacidade inimaginável.
E se existe uma civilização nesse nível, o tal Cérebro de Matrioska, seria tão poderoso, que conseguiria criar uma realidade simulada tão complexa que pareceria real para nós. Será que somos produtos ilusórios, vivendo em uma realidade simulada por um Cérebro de Matrioska?
A única coisa que posso dizer é que, enquanto os cientistas seguem discutindo as ideias de Kardashev, só nos resta avançar e ter a esperança de que sejamos em nossa ingenuidade, quem sabe, os primeiros a passar do nível 1.
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