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Foto do escritorLeonardo Born

Efeito Mandela: o que são as misteriosas memórias falsas

Atualizado: 21 de jun. de 2023


Banner com uma foto de Nelson Mandela, e imagens dos personagens Darth Vader, um pikachu com o rabo todo amarelo, outro com a ponta do rabo pintada de preto e dois logos do Looney Tunes, um escrito assim, da meneira correta e outro escrito errado: "Looney Toons". Ao fundo aparece um planeta avremelhado com um sol acima dele.

Se alguém me perguntasse o que é o Efeito Mandela eu diria se tratar de um grupo de pessoas com as mesmas lembranças de eventos que nunca ocorreram.

Ou seja, quando muitas pessoas compartilham de uma mesma lembrança que nunca aconteceu configura-se o tal Efeito Mandela.


O caso que deu nome ao fenômeno começou com Fiona Bromme, uma pesquisadora de efeitos sobrenaturais, e uma convenção de Star Trek nos EUA.


Continue a ler o artigo e descubra mais sobre esse mistério.


O Efeito Mandela e as memórias falsas


Fiona acreditava que Nelson Mandela havia morrido na década de 1990, quando, na verdade, o ex-presidente sul-africano faleceu em 2013, aos 95 anos.


Conversando com outras pessoas no evento, ela se deu conta que muitas compartilhavam da mesma memória. Algumas até afirmaram ter assistido à transmissão de seu funeral décadas atrás.


Como tantas pessoas podiam ter a mesma memória falsa? Após divulgar o ocorrido em sites e fóruns, a teoria se espalhou, e usuários ao redor do mundo começaram a comparar suas lembranças. Hoje, Fiona se dedica a reunir e estudar casos como esse.


É muito fácil apenas apresentar uma teoria de o que é o Efeito Mandela. Mas muito mais do que apenas mostrar uma teoria, é necessário explicar as vertentes que a envolvem.


Mas antes de irmos à elas, eu sou Leonardo Born, escritor de ficção, mistério, adepto da teoria da conspiração e hoje estou aqui para relatar para você os fatos mais estranhos dessa nossa realidade caótica.


Mais sobre as tais "memórias falsas”


Tá legal, mais uma coisinha. Antes de entrarmos nas duas teorias que tentam explicar o Efeito Mandela, vamos a alguns casos além da história do Mandela, que acabaram deixando uma dúvida sobre o que realmente lembramos. Podemos realmente confiar em nossa memória? Veja:


Qual a cor do rabo do Pikachu?


Desenhos de dois pikachus: um com o rabo pintado de preto na ponta, que é o errado e um com o rabo todo amarelo, o correto.

O fofíssimo e fiel amigo de Ash, em Pokémon, marcou a memória dos que cresceram durante os anos 1990 e 2000. Mas se ele é tão inesquecível, por que continuamos errando um detalhe?


Muitos acreditam que seu rabo tem uma faixa preta na ponta. Eu mesmo achava isso. Na verdade ainda acho. Mas isso nunca existiu. A cauda do Pikachu é e sempre foi amarela.


Como podemos então lembrar do raio da faixa preta na ponta?


“Luke, eu sou seu pai.”

Cena do filme Star Wars: O Império Contra Ataca, onde Darth Vade estende a mão para Luke Skywalker, enquanto os dois duelam em uma ponte dentro da Estrela da Morte.

Você já ouviu essa declaração de Darth Vader para Luke Skywalker, certo? Errado.


Na cena de Star Wars - O Império Contra-Ataca, Luke diz para Darth Vader que ele matou seu pai, ao que Darth responde: “Não, eu sou seu pai.”


Será que estamos enlouquecendo desde a década de 1970 então? Ou isso é um clássico exemplo do Efeito Mandela?


Looney Toons ou Looney Tunes?


Dois logos do Looney Tunes com a cara do Pernalonga. No primeiro esta escrito certo e no segundo esta escrito " Looney Toons".

Esse é um dos exemplos dado pela própria Fiona Broome em seu site. A famosa série de animação norte-americana se chama Looney Tunes, embora muitos juram de pés juntos, que se lembram do segundo nome ser Toons. Seria mais uma vez o Efeito Mandela em ação?


Bem vamos às teorias.


Teorias sobre o Efeito Mandela


Existem duas vertentes que podem se encaixar para tentar explicar o Efeito Mandela. A primeira delas seria a vertente sobre o prisma da física quântica, que eu particularmente gosto bastante. A segunda a vertente, sobre o prisma da Psicologia, que também é de dar nó em pingo d’água.


Então aguenta aí que garanto que, por as duas serem muito distintas, alguma delas irá se encaixar no seu pensamento.


VERTENTE SOBRE OS OLHOS DA FÍSICA QUÂNTICA


Werner Heisenberg (sim o apelido do personagem vivido pelo ator Bryan Cranston de Breaking Bad foi dado em homenagem a ele), junto do famoso Erwin Schrödinger (aquele do experimento do gato dentro da caixa que está vivo e morto ao mesmo tempo), foram os precursores da física quântica. Ou seja, o ramo da ciência em que estuda todos fenômenos que acontecem com as partículas atômicas e subatômicas.


E é nesse meio subatômico que existe uma tentativa de se provar o Efeito Mandela.


Para a física quântica, existe um princípio que é denominado dualidade onda partícula, comprovado por meio do experimento da dupla fenda. De acordo com este princípio, um corpo atômico, pode ser tanto ondas, quanto partículas. Super estranho né? Calma que fica mais.


Pode parecer bem confuso quando se trata da teoria, mas na prática fica bem mais interessante.


Essa dualidade entre onda e partícula, diz que um corpo atômico pode estar em duas situações diferentes ao mesmo tempo. Um corpo pode estar vivo ou morto ao mesmo tempo.


É mais ou menos o que ocorre no experimento mental do Gato de Schrödinger. Algo chamado superposição quântica. Nela, enquanto não observado, um corpo pode estar nos dois estados ao mesmo tempo.


E só se torna um estado ou outro, quando é observado. Ou seja, seria o observador ou sua intenção que determina em qual estado o corpo estará. Mas isso é uma discussão para outro momento.


Se por um instante saímos no universo das micro partículas, do subatômico e levarmos esse princípio para o mundo macro, o nosso, o que poderia acontecer?


Um exemplo. Um corpo poderia estar no passado e no futuro ao mesmo tempo. Indo mais além, um corpo poderia estar em uma realidade e em outra …AO MESMO TEMPO!


Aí é que entramos mais a fundo na física quântica. Vamos deixar essa situação ainda mais esquisita. Já ouviu falar na interpretação dos muitos mundos? Criada pelo físico Hugh Everett, ela propõe a existência de múltiplos "universos paralelos".


Ou seja, com base em um princípio chamado de simultaneidade dimensional, onde dois ou mais objetos físicos, realidades, percepções e objetos não-físicos, podem coexistir no mesmo espaço-tempo, seria possível a existência de diversas realidades alternativas.


Então, quando as pessoas lembram que Nelson Mandela morreu em 1980 encarcerado, isso pode não ser tão estranho como podemos imaginar.


Conforme a teoria, o fato de existir inúmeras realidades, em algumas delas, Nelson Mandela morreu na prisão. E como as partículas se comportam de forma caótica, ou seja, sem organização alguma, seria possível que tenha havido uma sobreposição das realidades.


Sendo assim, o que essas pessoas têm na memória, na verdade, pode ser um vestígio do acontecimento de outra realidade que se misturou à nossa.


Mas falar de física quântica, dualidade da partícula, interpretação de muitos mundos, talvez possa ser um pouco demais para alguns.


Como o conhecimento de física quântica ainda se compara a um bebê engatinhando, diante de todos os mistérios que esse nicho da física nos reserva, realmente fica difícil de compreender todos os fenômenos que nos cercam.


Afinal o próprio físico Niels Bohr, disse que: “Qualquer um que não se choque com a Mecânica Quântica é porque não a entendeu”.


Portanto, vamos partir para a outra vertente, que pode parecer mais plausível para alguns.


A VERTENTE PSICOLÓGICA


Esta se baseia na incapacidade do nosso cérebro de se recordar de tudo com sua plena certeza. Ou seja, a explicação seria que podemos criar falsas memórias.

O que nos levaria a isso, seria o meio em que estamos inseridos e pelas notícias que nos são passadas.


Muitas vezes, podemos fixar memórias de algo que acreditamos piamente ser verdade, sem lembrar exatamente do fato verdadeiro ocorrido.


Isso acontece quando achamos que a memória falsa parece ser mais… conveniente do que o fato real. Isso acontece muito com o depoimento de testemunhas de crimes.


Por exemplo: quando alguém conta sobre o último Natal, mas relata um evento que aconteceu no Natal do ano retrasado, convicto de que foi no Natal do último ano. Isso seria uma memória falsa.


Você nunca contou, com detalhes dignos de testemunha ocular, uma história que sequer aconteceu com você? Esses detalhes no meio do relato que pode ser de um fato real, são preenchidos por nossa imaginação. Uma ilusão quase perfeita.


E esses detalhes, seriam as memórias que não existem. São criadas por nossa mente para dar um sentido a história que temos apenas algumas lembranças guardadas em nossa mente.


Afinal, o Efeito Mandela é real?


Mas e você? O que acha?


O Efeito Mandela seria a sobreposição de realidades ou somente uma peça pregada pela nossa memória?


Para dar mais nós na sua cabecinha, segue abaixo o link de um livro de ficção científica que trata exatamente desse assunto. Chama-se Recursão do escritor Blake Crouch. Ele escreveu o sucesso Matéria Escura e neste segundo, a história se desenvolve exatamente sobre a teoria do Efeito Mandela.



Um grande abraço do Born e fique bem. Tchau!


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